Antes de participar de uma lanchaciata no Lago Paranoá, em Brasília, neste domingo, 15, o presidente Jair Bolsonaro (PL) falou com jornalistas em frente à Praça dos Três Poderes. Em discurso incisivo, o chefe do Executivo defendeu suas ações durante a pandemia — voltando a criticar os governadores e o que chama de política do “fique em casa, a economia a gente vê depois” —, negou que esteja isolado internacionalmente e fez severas críticas aos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016), ambos do PT. De acordo com as pesquisas, Lula é o principal concorrente de Bolsonaro na corrida presidencial deste ano.
“A informação que eu tenho é que o Lula já negociou os ministérios todos. E essa negociação é para atender os interesses daquele grupo, não do Brasil”, declarou o presidente. Em janeiro, o atual mandatário acusou o petista de “lotear” cargos em um eventual mandato a partir de 2023. Ainda sobre este tema, Bolsonaro disse que seu oponente não faz indicações seguindo critérios técnicos. “Compare os meus ministros com os que os antecederam. Esqueçam até que alguns foram presos. É questão de competência. Ciência e Tecnologia, quem está lá? Ministro Marcos Pontes. Antes dele estava um cara que não sabia diferença entre gravidade e gravidez”, disse o atual mandatário.
“Alguns falam: no governo do PT, [o país] estava com dívida mais baixa. É verdade. Mas se não fosse uma roubalheira tão grande, estaríamos muito melhor. E não estaríamos pagando a conta da irresponsabilidade dele lá atrás. Veja se o Lula sai na rua para comer um pastel ou tomar um caldo na Feira dos Importados”, disse o presidente, lembrando sua visita ao popular centro comercial de Brasília neste domingo. Destacando que o mundo inteiro sofreu com a pandemia, Bolsonaro declarou que “nada está tão ruim que não possa piorar”. “Se botar ali dentro os ladrões que roubaram nossa pátria por 14 anos, eles vão roubar os últimos centavos que restaram nos cofres de Caixa Econômica. Banco do Brasil e BNDES.”
A proposta de Lula de regulação de mídia também foi abordada na entrevista. “O outro lado tem dito o tempo todo que vai censurar a mídia”, disse Bolsonaro, que aproveitou o tema para alardear, mais uma vez, seu apreço pela liberdade. “Duvido que exista alguém mais criticado, ofendido e caluniado do que eu em mídias sociais ou até na imprensa tradicional. Liberdade: ou você tem ou não tem. Me aponte um ato antidemocrático meu. Unzinho só. Sou acusado de ditador. Eu já sou presidente, vou dar golpe em mim mesmo? Que idiotice! Quem fala isso é um psicopata.”
Jovem Pan