Médicos constatam lesões, e mãe de criança de 1 ano é ouvida na Central de Polícia, em João Pessoa

A mãe da criança de 1 ano e 3 meses, que morreu em unidade de saúde na manhã desta quinta-feira (31) depois de ser internada com hematomas, foi encaminhada para a Central de Polícia de João Pessoa para ser ouvido sobre as circunstâncias sob as quais o filho dela foi encontrado. A Delegacia de Homicídios está acompanhando o caso.

De acordo com a Polícia Civil, a perícia deve ser requisitada, e o Conselho Tutelar será ouvido para dar andamento aos próximos procedimentos.

A criança foi levada para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa com hematomas nesta quarta-feira (30).

Segundo a mãe do bebê, ele teria sofrido uma queda, mas os profissionais de saúde indicaram hematomas pelo corpo da criança. Segundo o diretor do Trauma, Laércio Bragante, os hematomas tinham características de lesões repetitivas em várias partes do corpo, inclusive uma grave agressão ao cérebro.

De acordo com o Hospital de Trauma, a criança teria sido levada inicialmente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cruz das Armas, vinda do bairro Jardim Veneza. Devido à gravidade da situação, a criança foi transferida para o Hospital de Trauma pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ela já chegou intubada, em estado grave, por volta das 22h, mas morreu por volta das 7h.

Equipe médica constata lesões repetitivas

Os profissionais envolvidos no atendimento médico no Trauma perceberam supostos hematomas pelo corpo do bebê, e acionaram os policiais militares de plantão no hospital. A mãe continuou alegando que a criança sofreu uma queda.

Segundo Laércio Bragante, diretor da unidade, a criança já chegou com sinais de grave agressão e morte encefálica.

Ele afirma que, pelas lesões, não existia nenhuma indicação de procedimento cirúrgico. Apesar disso, a criança foi levada para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde recebeu tratamento clínico e suporte avançado da ala de pediatria. Porém, por volta das 7h, a criança não resistiu e morreu.

O diretor afirma ainda que a criança tinha múltiplas lesões em várias parte corpo como no rosto, crânio e tórax. “Clássicas da criança agredida, da criança sacudida”, disse.

Ainda conforme o Hospital de Trauma, o corpo já foi liberado para a Gerência Executiva de Medicina e Odontologia Legal (Gemol). Os médicos constaram traumatismo craniano.

“A pior lesão foi a lesão craniana, com uma grave agressão do cérebro, um sangramento intracraniano clássico de trauma provocado, trauma repetido. Lesões com sinais mais agudos e lesões mais antigas, de dois, três, quatro dias. Tá provado que eram lesões repetitivas”, afirma o diretor.

Conselho Tutelar acionado

O Conselho Tutelar da região foi acionado ainda na quarta-feira (30) e deve acompanhar o caso.

Conforme o conselheiro Ricardson Dias, a mãe afirma que a criança caiu da cama. Porém, quando questionada a respeito das lesões contatadas pelos médicos, ela admitiu que quando perdia a paciência, dava beliscões no filho.

Ainda segundo o conselheiro, a criança é o quarto filho da mãe. Outros dois filhos, além do que morreu, moram com ela: uma menina de 4 meses, fruto de uma gravidez de risco; e outra criança de 4 anos.

A mulher ainda tem outro filho, que mora com uma tia e já teria sido acompanhado pelo Conselho Tutelar e por isso, não residia com a mãe, segundo Ricardson.https://a75f6e09b42f91f66bf7bb023a3409ba.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Ele informa que a mãe e as crianças serão encaminhadas ao Acolhimento Institucional.

G1PB