Famílias ligadas a movimento de luta por moradia ocupam terreno da Arquidiocese de Natal na Zona Oeste da capital

Um terreno que pertence à Arquidiocese de Natal, que fica no bairro Bom Pastor, na Zona Oeste da capital potiguar, amanheceu ocupado nesta sexta-feira (21) por famílias do Movimento de Luta por Moradia Popular (MLMP).

O local era a antiga residência do padre Thiago Theisen, que morreu aos 90 anos em outubro de 2021. Desde então, ela é administrada pela Arquidiocese de Natal, que é proprietária do terreno.

A ocupação começou na madrugada desta sexta-feira (21), por volta das 1h. As famílias se deslocaram dos bairros Nazaré, Felipe Camarão e também do próprio Bom Pastor – todos na Zona Oeste da cidade. Elas reivindicam políticas públicas de habitação.

A Polícia Militar e representantes da Arquidiocese de Natal abriram diálogos com os integrantes da ocupação, mas até a atualização mais recente desta reportagem, a situação permanecia.

O pároco da Catedral Metropolitana, Valdir Cândido, explicou que são cerca de 120 famílias e que conversou com alguns integrantes para entender o motivo da ocupação. “Eles disseram que não querem em si o terreno, mas que a Arquidiocese provoque o Poder Público, em especial o governo do RN, para questão de moradias, de terrenos aqui próximos”, disse.

O padre disse que a Arquidiocese registrou um boletim de ocorrência inicialmente, mas que vai tentar uma resolução com as famílias. “Vim conversar in loco para entender a reivindicação deles, por que não nos procuraram, até pra gente poder intermediar alguma conversa. Mas ficou certo que segunda-feira vamos articular com o governo do RN esta conversa para ver qual o resultado de tudo isso”, falou.

“Não tendo, a Arquidiocese entrará na Justiça com a reintegração de posse, porque é um terreno legal, pertence a Arquidiocese e não está abandonado”, pontuou.

O padre Valdir Cândido disse que desde a morte do padre Thiago Theisen a Arquidiocese busca projetos para manter o casarão vivo. “Nós procuramos entender o que é que cabe aqui nesse terreno. Até uma ação social. Pensamos inicialmente até em trazer pra cá um society que pudesse atender a comunidade mais carente”, falou.

As famílias ocupam uma área do terreno – onde colocaram inclusive barracas para acampar – mas não entraram na estrutura interna da casa.

Nesta semana, integrantes do o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam também a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Natal. Um dia depois, após diálogos, eles deixaram o local.

Com informações do G1 RN