Disputa presidencial terá resultado inédito

O Brasil que vai às urnas hoje viverá um momento inédito na História da Nova República: ou pela primeira vez um presidente não conseguirá se reeleger para mais quatro anos de mandato ou haverá uma nunca antes vista virada do primeiro para o segundo turno nas eleições para o Planalto desde a disputa de 1989.

São muitos os aspectos que tornam a disputa de hoje especial. Nunca um presidente em exercício havia enfrentado um ex-presidente da República no voto. É também a primeira vez que as pesquisas mostraram uma situação tão cristalizada na opinião pública, com o primeiro e o segundo colocados da disputa tendo, juntos, desde o início do ano, mais de 70% das intenções de votos espontâneas dos eleitores.

Os dois maiores líderes populares do país em mais de quatro décadas de eleições diretas mobilizaram a sociedade civil como nunca antes. Para o bem, a polarização transcendeu a política e estimulou a declaração pública de votos de empresários, artistas, atletas, influenciadores digitais e lideranças católicas e evangélicas. Para o mal, a polarização transcendeu a civilidade e houve o registro de diversos episódios de violência nas ruas entre apoiadores de Lula e Bolsonaro, alguns até mesmo terminando em homicídios.

Tamanha rivalidade se refletiu nas redes sociais, campo de batalha em que a esquerda conseguiu ser mais competitiva do que em 2018, quando a direita surfou sozinha em WhatsApp, Facebook e outras plataformas.

Pelo Brasil, as disputas para governador que foram para o segundo turno também terão suspense na hora da divulgação dos resultados.

O Globo