Chuva que superou 300 milímetros no RN é atípica e histórica, diz meteorologista

As fortes chuvas que atingem Natal e cidades da região metropolitana e da região Agreste potiguar desde a segunda-feira (27) são atípicas para o período do ano e históricas, segundo afirmou o meteorologista Gilmar Bristot, da Empresa de Pesquisas Agropecuárias do Rio Grande do Norte (Emparn).

Somente a cidade de Brejinho, na região Agreste potiguar, registrou mais de 300 milímetros de chuva em 24 horas, segundo o monitoramento da empresa estatal. De acordo com o especialista, o volume é metade do esperado para todo o ano no município.

“Nunca tivemos chuvas superando 300 milímetros, como aconteceu de ontem para hoje em Brejinho e em muitas localidades no Litoral Leste, com chuvas acima de 200 milímetros. É uma situação histórica, no que diz respeito ao monitoramento de chuvas, principalmente para o mês de novembro, que normalmente não chove no interior e no litoral do estado”, disse em entrevista ao Bom Dia RN, da Inter TV Cabugi.

De acordo com ele, 300 milímetros captados pelos equipamentos de monitoramento significam 300 litros de água por metro quadrado, ao longo de 24 horas.

Gilmar Bristot explicou que as chuvas foram causadas principalmente pela atuação do fenômeno El Niño no oceano, causando forte circulação de ventos, com o Vórtice Ciclônico de Ar superior.

O sistema deve provocar chuvas ainda ao longo desta terça-feira (28), porém em menor volume no litoral do estado, segundo o meteorologista. As chuvas devem cessar na região até a quarta-feira (29), porém têm previsão de continuar no interior do estado até o fim de semana.

Ainda de acordo com Gilmar Bristot, outro cenário raro presenciado pelos moradores do litoral potiguar foi a noite de relâmpagos e trovões. O momento é raro especialmente para uma época do ano onde não há muita instabilidade climática na região, disse.

“É raro acontecer esse tipo de episódio de você ter uma noite toda carregada de descargas elétricas. Nós estamos em uma faixa equatorial em que a diferença térmica não é muito alta, e você precisa ter diferença térmica, ter relevo para patrocinar a formação de nuvens cumulonimbus, para termos descargas elétricas e trovoadas. Não é comum no litoral. Nós estamos com um vórtice ciclônico atuando, estamos com o oceano atlântico com a temperatura acima do normal, liberando mais umidade para atmosfera e isso foi o que causou”, explicou.

Fonte: g1 RN