Advogado morde filha de 6 anos: “Papai do céu, queria que a vida não fosse tão difícil”

Um advogado que mora e atua em Brasília mordeu a filha, de 6 anos, quando estava em um passeio com a criança, no último sábado (23/4). A agressão deixou um hematoma no peito da menina, logo abaixo do ombro direito. Em áudio obtido pelo Metrópoles, ela revela com detalhes como o episódio a deixou física e psicologicamente abalada.

No áudio, a menina conta que o pai a levou para almoçar em um restaurante. No local, o advogado ergueu a filha, mas ela teria ficado com medo, gritado, e o pai teria, então, avançado para mordê-la. “Ele me levantou do jeito que eu não queria. Eu fiquei com medo de altura… Aí, eu gritei de medo de altura e, depois, ele me mordeu”, narra a pequena, em conversa gravada pela mãe e obtida pela reportagem.

Os pais da criança foram casados por três anos, divorciaram-se e, hoje, têm guarda compartilhada. A garotinha fica com o pai às quartas-feiras e, aos fins de semana, alterna entre a casa do advogado e a residência da mãe. A reportagem optou por não expor o nome dos envolvidos, incluindo o do pai, para preservar a identidade da pequena.

No diálogo, a mãe pergunta se o pai mordeu a filha “brincando”. A menina responde que a mordida foi com “raiva”. “Aí, depois, eu comecei a chorar, e ele me deu bronca: ‘Faz as malas para você ir para a casa da sua mãe, eu não te aguento mais’”, afirma a criança.

A conversa prossegue, e a mãe questiona o que o pai falou. A garotinha relata: “Depois, ele me arrumou, me segurou e disse: ‘Nossa, que mordida grande’. Me trocou de roupa, colocou um casaco, e a gente foi para o circo. No final do circo, ele já tava [sic] de bem comigo, só que eu ainda estava um pouquinho triste”.

A pequena continuou o relato dizendo que, naquela noite, se agarrou ao retrato da família e rezou para Deus, pedindo para não ter uma vida “tão difícil”.

Polícia

Tanto a mãe quanto o pai da menina registraram ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) esta semana. O advogado se adiantou e procurou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher I (Deam I) para declarar que a lesão causada na filha foi acidental.

O homem alegou à polícia que estava em um restaurante no qual havia comemorações de Carnaval e “todos estavam se divertindo”. Ele narrou que pegou a filha, jogou – a para cima, mas ela se assustou e, “por ato involuntário, acabou mordendo – a acidentalmente na região abaixo do ombro”.

Medidas protetivas

Já a mãe comunicou à polícia o descumprimento de medidas protetivas por parte do ex-marido. No mês passado, antes do episódio da mordida, o advogado foi proibido de manter contato com a ex-mulher e de se aproximar dela a menos de 200 metros.

Metrópoles