Comidinhas sem sal, sem açúcar, sem glúten, sem lactose, sem corantes e sem conservantes. Isso é o que oferece um restaurante com uma proposta bem diferente, em Natal: ele é especializado em comidas para bebês.
De acordo com a proprietária, Nathália Gröner Coronado, a empresa foi a primeira desse tipo no Brasil. A ideia foi desenvolvida em 2015 pela empresária, que é jornalista por formação, em conjunto com uma pediatra e uma nutricionista. Em 2018 ela comprou as partes das sócias e, atualmente, é a única proprietária.
No local, ao invés de mesas tradicionais e guardanapos, é possível ver cadeiras de alimentação de bebês e babadores.
De acordo com a empreendedora, a proposta era oferecer “comida de verdade” para os bebês, sem produtos industrializados. “Tudo é feito do zero, com ingredientes 100% naturais“, afirmou.
“A gente via essa necessidade de oferecer para os pais uma opção para quem não sabe, não pode ou não quer cozinhar para os filhos, mas quer oferecer uma comida de qualidade. Na época, não existia nenhuma opção. Só tinha aquelas papinhas industrializadas, que não eram mais recomendadas. E aí nós fomos estudar, ver as possibilidades, e inventamos a Petit Poti”, contou.
Depois de prontas, as comidinhas são conservadas em forma de cubinhos congelados. “Foi um método que nos permitiu crescer em produção”, explicou a empreendedora.
As comidinhas são separadas em ciclos. O primeiro, para bebês de 6 meses; o segundo, para bebês de em média 9 meses; e o terceiro, nomeado ‘Ciclo Era uma vez’, para bebês a partir de 12 meses de idade.
Atualmente, a empresa possui 30 produtos. Entre eles estão as comidinhas do dia a dia, uma linha de escondidinhos, cuscuzinhos, sopas e até sobremesas, como sorvetinhos e bolos. Além do cardápio fixo, a empresa também tem os cardápios sazonais, como de Natal, de Páscoa e São João.
Segundo a empreendedora, a comida é ultracongelada. Ela vai para um equipamento que congela a comida em 2 horas, coisa que um freezer convencional leva mais de 24 horas para fazer. “Hoje nós temos um equipamento que tem capacidade de 15 kg por rodada, e acabamos de adquirir um de 40 kg“, contou a empresária.
Além do novo equipamento, Nathália também revelou que está começando a estudar a ideia de expandir os horizontes da empresa, como a entrada da venda dos produtos em supermercados.
Com a ideia, a empresária foi vencedora do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios na categoria Microempresas em 2023. Mas o caminho para chegar aos dias atuais não foi fácil. Mesmo após a criação da empresa, Nathália precisou continuar trabalhando como jornalista para se manter.
“Eu trabalhava em outros dois empregos pois a empresa ainda não me dava renda suficiente. Passei 4 anos tendo 3 empregos. Depois eu me desliguei das outras duas funções e hoje a minha empresa é minha única, exclusiva e principal fonte de renda”, contou a empreendedora.
Além de Nathália, outras seis mulheres trabalham e dependem da empresa. De acordo com a empresária, 90% dos clientes da empresa são mulheres.
“É muito bom ver o aumento do interesse dos pais na alimentação e na vida dos bebês, mas a parcela maior responsável pela criança é feminina”, revelou sobre a escolha de trabalhar com mulheres.
Fonte: g1 RN