PF investiga presidente de ONG por apoio de facção à campanha eleitoral

A presidente da ONG Anjos da Liberdade, Flávia Fróes, é investigada pela Polícia Federal que suspeita de associação com o tráfico de drogas. Flávia, que também é advogada, teria pedido “ajuda financeira” a Marcinho VP, chefe do tráfico no Complexo do Alemão, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro que abriga um conjunto de favelas.

Flávia foi candidata a deputada federal nas eleições de 2022 pelo União Brasil. Não foi eleita, mas ficou como suplente.

Durante ida a uma unidade prisional no ano passado, a advogada pediu a Marcinho VP o adiantamento de mais de R$300 mil. O diálogo foi gravado em áudio e vídeo no parlatório da unidade prisional federal e divulgado pelo RJ2.

Após pedir o dinheiro ao traficante, Marcinho VP diz que “já tinha pedido para resolver isso”. O preso também declarou voto em Flávia Fróes.

As investigações apontam que a advogada conseguiu o dinheiro, mas suspeitam que a verba tenha sido usada para comprar um carro de luxo, um modelo BMW avaliado em cerca de R$280 mil.

Flávia Fróes também foi gravada pedindo dinheiro a Fabiano Atanásio da Silva, conhecido como FB, chefe do tráfico o Complexo da Penha. O traficante também garantiu apoio financeiro à presidente da ONG.

Trecho do relatório da PF afirma que “Fortes são os indícios de que Flávia Pinheiro Fróes utilizou dinheiro entregue a ela pela cúpula do Comando Vermelho para a aquisição de veículo automotor”.

O inquérito da Polícia Federal originou um processo na Justiça Eleitoral que pode deixa a advogada inelegível por abuso de poder econômico. A ação ainda está em tramitação.

Em nota, Flávia Fróes negou que tenha recebido ajuda financeira do tráfico de drogas e que o dinheiro pedido é referente ao pagamento de honorários advocatícios. Ela diz ainda que sequer recebeu o dinheiro prometido.

Sobre o carro de luxo, Flávia diz que vendeu o carro da filha, deu R$40 mil de entrada e financiou o restante.

Sobre a ONG

A ONG Anjos da Liberdade, presidida por Flávia Fróes, é a responsável por mover uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar uma portaria do então ministro da Justiça Sérgio Moro que proibiu visitas íntimas em presídios federais.

A portaria irritou traficantes, que arquitetaram um plano para sequestrar e matar Sérgio Moro e familiares, além de outras autoridades e servidores públicos.

Na última semana, a PF deflagrou uma operação que desbaratou o esquema dos criminosos. Foram cumpridos 11 mandados de prisão e 21 de busca e apreensão.

Por Diário do Poder.