O partido União Brasil definiu a viúva do prefeito Marcelo Oliveira, assassinado junto com o pai no dia 27 de agosto, como a nova candidata da legenda para a prefeitura de João Dias, no Alto Oeste potiguar.
A candidatura de Maria de Fátima Mesquita da Silva, mais conhecia como Fatinha de Marcelo, de 34 anos, já foi registrada na Justiça Eleitoral e aguarda julgamento. O prazo final para deferimento, ou não, é 16 de setembro. As eleições estão previstas para 6 de outubro.
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A Justiça também já registrou a candidatura de Marcelo, que disputava a reeleição, como inapta por falecimento.
Nesta sexta-feira (6), Fatinha assumiu o perfil do marido nas redes sociais, mudando a foto e publicando um comunicado.
“Em meio a tanta tristeza, encontramos esperança e paz. Juntos, podemos transformar nossa cidade, trazendo luz e renovação para nossos corações e para a nossa querida João Dias. O sonho vai continuar”, escreveu.
O irmão do prefeito assassinado, Jessé Oliveira, 27 anos, do mesmo partido, foi quem assumiu a gestão do município, no último dia 29, em uma sessão realizada virtualmente por questão de segurança.
Jessé era o presidente da Câmara Municipal e assumiu a administração no lugar da vice-prefeita eleita em 2020, Damária Jácome, afastada do cargo pela Justiça desde 2022, após Marcelo denunciar ameaças dela e do seu pai Laete Jácome, então presidente da Câmara.
O mandato do novo prefeito deve durar até o fim do ano. Jessé continua como candidato à reeleição como vereador.
Damária também concorre ao cargo de prefeita nas eleições de 2024.
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O assassinato a tiros do prefeito Marcelo Oliveira (União Brasil) e do pai ele, Sandi Oliveira, no município de João Dias, na última terça-feira (27), mobilizou forças de segurança do Rio Grande do Norte, responsáveis pela investigação do crime.
Policiais militares e civis prenderam 14 pessoas desde o início das investigações: quatro suspeitos de participação no crime e outros 10 de planejarem uma vingança, segundo as autoridades.
Questionado se o crime poderia ter relação com a disputa política, o delegado Alex Wagner afirmou que nenhuma linha de investigação estava descartada.
João Dias é o terceiro menor município do Rio Grande do Norte, com pouco mais de 2 mil habitantes, segundo o IBGE. Ainda de acordo com o instituto, a cidade localizada na região do Alto Oeste, na divisa com a Paraíba, contava com apenas 294 pessoas ocupadas em 2022, com rendimento médio de 1,5 salário mínimo.
Marcelo Oliveira (União Brasil) era candidato à reeleição e, junto do pai, visitava casas de apoiadores no fim da manhã de uma terça-feira (27), por volta das 11h, no conjunto São Geraldo, em João Dias. Segundo a polícia, cerca de oito criminosos distribuídos em dois veículos chegaram repentinamente ao local e atiraram contra os dois. Um segurança do gestor também foi baleado.
O pai do prefeito morreu na hora. Marcelo chegou a ser socorrido e deu entrada com vida em um hospital de Catolé do Rocha, na Paraíba, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo a polícia, ele foi atingido por 11 disparos de arma de fogo.
Segundo a polícia, o segurança do prefeito foi levado para o Hospital Regional de Pau dos Ferros, mas o estado de saúde dele não foi informado.
Várias marcas de tiros ficaram nas paredes das casas na rua onde o crime aconteceu. Em apenas um dos imóveis, nove marcas podem ser vistas no muro. No local, moradores não quiseram falar com a imprensa, com medo.
O presidente do TRE-RN, desembargador Cornélio Alves, descartou a possibilidade de adiamento das eleições em João Dias e afirmou que o juiz eleitoral da região solicitou reforço de forças de segurança federais para as eleições no município. Segundo Cornélio Alves, na eleição passada, esse pedido já havia ocorrido na cidade.
“Aconteceu um homicídio, a situação preocupa, e é preciso a gente dar segurança para o eleitor, para que no dia da eleição, ele vote livremente, não tenha medo de comparecer e votar”, disse.
O presidente do TRE-RN lamentou que o início do processo eleitoral no estado tenha sido marcado por um homicídio e disse que uma das candidatas a prefeitura pediu auxílio da polícia para deixar a cidade devido ao cenário local.
Fonte: g1 RN