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O ex-policial Ronnie Lessa disse, na tarde desta quinta-feira (29), que usou munição errada no atentado contra a vereadora Marielle Franco. Segundo ele, a intenção era apenas matar a vereadora do PSOL.
“Eu não tinha intenção nenhuma de atingir o Anderson. O plano era matar a Marielle. O Anderson morreu atingido pelos disparos que dei na vereadora. Eu estava empregando munição errada”, contou o ex-policial.
Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos em 14 de março de 2018. A assessora Fernanda Chaves estava no carro, ao lado de Marielle, e sobreviveu.
Este é o terceiro dia de depoimento de Ronnie Lessa no Supremo Tribunal Federal (STF). O assassino confesso de Marielle Franco responde nesta tarde a perguntas das defesas dos réus.
O reconhecimento aconteceu enquanto Lessa respondia a perguntas do advogado Roberto Brzezinski, que defende Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e apontado pelas investigações como mandante do crime junto com o irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão.
“Devia ter empregado a munição que usam para combater terrorista em voo. Com a munição que usei atingia o alvo, os outros em volta, a fuselagem e o avião caía”, comentou.
Em seu depoimento, Ronnie Lessa contou que antes de fazer a delação premiada fazia anotações em código. Os nomes eram identificados por pontos e ao lado o que representavam na história. Segundo ele, tinha medo de esquecer e do papel ser recolhido por agentes penitenciários federais.
Era uma espécie de jogo da forca criado pelo ex-policial.
“A revista era diária na cela. Tinha medo que alguém pegasse e desviasse. Colocava em pontos o número de letras dos personagens. Tanto que quando fui fazer a delação eu pedi um tempo, antes de falar, para preencher os nomes das pessoas”, disse Lessa.
De acordo com o ex-policial, as notas eram feitas no período em que ficava na cela. Segundo ele, o presídio federal disponibilizava 5 folhas de papel por semana para cada detento.
Nos dias anteriores, o assassino confesso de Marielle Franco e Anderson Gomes respondeu a perguntas da Procuradoria Geral da República, de defensores públicos do RJ e de assistentes de acusação da família de Marielle, de Monica Benício, companheira da vereadora na época do crime e da assessora Fernanda Chaves, que estava no carro com Marielle.
Ronnie Lessa começou a depor no STF nesta terça-feira (27). Por 5 horas, ele respondeu a perguntas do promotor Olavo Pezzotti, representante da PGR, na audiência.
No primeiro dia de depoimentos, Ronnie Lessa falou que praticou o crime por ganância e que só pensava na recompensa que seria paga em dois terrenos avaliados em R$ 25 milhões.
No segundo dia de depoimento, Lessa disse que a equipe da Delegacia de Homicídios era corrupta na época em que era coordenada pelo delegado Rivaldo Barbosa. Todos os casos, segundo ele, eram motivos para se pegar propina.
A defesa de Rivaldo disse que Lessa faz afirmações genéricas sobre o ex-chefe de polícia. Os advogados dizem que ele afirma que nunca testemunhou atos de corrupção de Rivaldo e, quando é instigado a nominar pessoas que teriam visto, ele cita testemunhas mortas.
Por fim, a defesa acusa Lessa de estar protegendo alguém.
Nesta quinta-feira (29), Lessa responde a perguntas feitas pelos advogados dos réus que respondem ao processo no STF e que trata sobre os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco.
Respondem a esse processo no STF:
Após Ronnie Lessa, será a vez do ex-policial Élcio de Queiroz prestar depoimento. Ele foi o motorista do Cobalt usado no atentado contra Marielle. Élcio de Queiroz também teve o acordo de colaboração premiada, que fez, homologado pela Justiça.
Fonte: g1
Fonte: Blog do BG