A contadora de histórias Nyedja Gennari, que viralizou nas redes sociais após encenar um feto gritando durante um procedimento abortivo em uma sessão de debates do Senado Federal, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Legislativa por ameaças recebidas na internet contra ela e suas filhas.
Nyedja é professora da rede de educação do Distrito Federal e assessora especial da vice-governadora do DF, Celina Leão (PP), além de já ter trabalhado no gabinete do senador Izalci Lucas (PL-DF). Ela conta que já fez diversas performances a pedido de parlamentares e que não costuma cobrar porque usa a projeção que tem para contratos fora do Congresso.
O blog de Malu Gaspar, no jornal O Globo, divulgou a transcrição de mensagens com ameaças recebidas pela mulher.
“Vou dar uma injeção letal no coração de suas filhas para parar de defender estuprador”, diz uma delas. “Vou te esbofetear”, afirma outra.
Nyedja afirmou ainda que suas duas filhas, de 20 e 22 anos, estão abaladas emocionalmente com as ameaças. “As pessoas acham que estão protegidas por uma tela. Se a gente fala tanto em democracia, e digo pela própria esquerda, porque quem está me atacando são pessoas de esquerda, será que a verdadeira democracia que a gente quer para o país é aquela cheia de ódio?”, disparou.
Nyedja admitiu ter se arrependido de participar da sessão e se defendeu dizendo que a encenação não emitiu juízo de valor sobre o PL do aborto.
“Ontem assisti no Fantástico [da TV Globo, que exibiu matéria sobre o PL] e cheguei a brincar em casa. ‘Nossa, será que vou contar essa história?’. Mas de forma inocente ou burra, não sei te dizer, pensei: vou! Até porque sou mulher, defendo mulheres, e quem me conhece minimamente sabe que já me apresentei no Congresso e na Câmara Legislativa [do DF] pelo menos umas cem vezes contando outras histórias”, relatou à equipe do blog.
“Mas não defendi em momento nenhum o PL”, ressaltou.
Apesar disso, a contadora de histórias disse ter recebido mensagens de solidariedade de parlamentares de esquerda e também da direita, sem detalhar quais, pelo seu histórico de atuação nas Casas Legislativas em Brasília.
Ela alegou ainda não ter recebido cachê para interpretar o feto no plenário do Senado. Segundo Nyedja, o convite do senador Girão ocorreu na semana passada e o roteiro foi acertado com o parlamentar.
Fonte: Portal 98Fm
Fonte: Blog do BG