Família reencontra irmão desaparecido após 63 anos em Natal

Uma família potiguar reencontrou, na véspera da virada do ano novo, em Natal, um irmão que estava “desaparecido” há 63 anos. Pedro Francisco, de 81 anos de idade, se mudou para a cidade de São Paulo no início dos anos 1960 e nunca mais havia dado notícias aos parentes (veja reportagem acima).

O panorama mudou quando um sobrinho dele, o administrador Jussier Seabra, o encontrou no ano passado após uma busca incessante – quando até a própria família não acreditava mais que era possível achá-lo depois de tanto tempo.

O desencontro entre os irmãos começou desde o nascimento de Pedro, que é o irmão caçula de um casal potiguar que teve seis filhos. Assim que nasceu, ele foi doado pela mãe a uma parteira, que não podia ter filhos. Passou, então, a morar na cidade de Nova Cruz, no interior do Rio Grande do Norte. Aos 18 anos, partiu para São Paulo e, praticamente, sumiu.

Nos últimos anos, Jussier se dedicou à missão de encontrar o tio, a pedido da mãe dele, Salete Fernandes, que atualmente tem 84 anos. A missão era difícil, já que sequer o nome do parente ele sabia.

“Fui em cartório, conselho tutelar, entrei em contato com prefeitura [de Nova Cruz]. Eu sei que na última tentativa, em 2023, eu falei com 90% da cidade”, contou Jussier.

Foram pelo menos duas tentativas frustradas. Jussier, então, apelou para as redes sociais e, em um vídeo que pedia ajuda para encontrar o tio, citou que o que ele sabia de informação era que o tio teria entre 75 e 80 anos e que os pais adotivos se chamavam Filomena e Pedro. E isso foi suficiente.

“Um sobrinho-neto do meu tio viu que era o nome dos avós dele, e disse que esse cara [Pedro Francisco, o tio] era primo dele. E entrou em contato”, relatou Jussier.

Após “achar” o tio, o próximo passo para Jussier era organizar o reencontro entre os irmãos, que virou uma surpresa. A data marcada para esse momento foi o dia 31 de dezembro do ano passado, quando Pedro desembarcou em Natal.

“Foi emocionante quando encontrei. Não disse nada pra ninguém. Foi uma surpresa pra todo mundo. Eu disse: ‘Tem uma pessoa pra conhecer vocês’. Aí foi só alegria, festa, abraço, beijo. Ninguém esperava”, contou Jussier.

Para Pedro Francisco, o irmão que estava perdido, a alegria foi rever não só os irmãos, mas conhecer também os sobrinhos e outros parentes que não havia tido a oportunidade.

Para Jussier, a lição que ficou foi a de nunca desistir. “Você que procura um parente que está perdido, nunca perca a esperança, sempre vá atrás, nunca está perdido”.

Fonte: g1 RN