O ex-policial militar João Maria da Costa Peixoto, mais conhecido como João Grandão, foi transferido na noite de quinta-feira (19) do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, onde estava internado, para um presídio estadual.
A informação foi confirmada nesta sexta-feira (20) em uma nota assinada pelas polícias Federal e Civil e pela Receita Federal. A unidade prisional para qual o ex-PM foi levado não foi divulgada, mas as autoridades informaram que ele foi internado na enfermaria do presídio.
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João Grandão foi baleado durante uma operação da Receita Federal e da Polícia Civil que apreendeu caminhões com cerca de 300 caixas de cigarros contrabandeados em Monte Alegre, no interior do estado, na quarta-feira (18). Ao procurar atendimento no Hospital Walfredo Gurgel, ele acabou preso na unidade de saúde.
O ex-PM, que já era considerado foragido da Justiça, foi preso no hospital em flagrante por contrabando e tentativa de homicídio qualificado, segundo a nota divulgada pelas autoridades.
Um policial civil e um agente da Receita Federal também foram baleados, mas não correm risco de morte, segundo os órgãos.
“A ação inicialmente visava a fiscalização de mercadorias contrabandeadas principalmente cigarros de origem estrangeira, integrada pelos órgãos citados, quando três homens em um veículo dispararam contra as equipes da Polícia Civil e da Receita Federal, gerando intenso tiroteio”, informou a nota.
As autoridades informaram ainda que o caso segue sob investigação e que a polícia trabalha para identificar outros suspeitos.
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O ex-policial militar João Grandão é suspeito de fazer a escolta da carga de cigarros contrabandeados que foi apreendida em uma operação da Polícia Civil e da Receita Federal na quarta-feira (18) em Monte Alegre, no interior do Rio Grande do Norte.
“A polícia está fazendo a investigação, mas o que se sabe até agora é que ele [João Grandão] estava na escolta e que ele foi um dos que efetuaram disparos contra os agentes da segurança”, disse o delegado da Receita Federal Wyllo Marques.
“Aparentemente ele estava na escolta da carga de cigarros, que, por ser uma carga muito valiosa, e poder ser alvo de outros bandidos, eles normalmente operam com um caminhão, com um veículo de grande porte sempre – ou quase sempre – com uma escolta por parte de outros bandidos que fazem a segurança daquela carga”, completou.
O delegado explicou que o objetivo da Receita Federal era fazer apenas o monitoramento da carga e não uma abordagem, como acabou ocorrendo. Os motivos que levaram à abordagem, segundo ele, ainda serão investigados pela Polícia Civil.
“É sempre melhor que a gente consiga fazer uma apreensão de maior porte, porque gera um dano muito maior ao tráfico”, completou.
Segundo o delegado da Receita Federal Wyllo Marques, 75% dos cigarros comercializados no Rio Grande do Norte em 2023 foram contrabandeados do Paraguai. O estado, explicou o delegado, faz parte de uma rota internacional do tráfico de cigarros contrabandeados.
Segundo o delegado, o cigarro, depois de sair do Paraguai, faz uma rota marítima pelo Oceano Pacífico, passa pelo Canal do Panamá e depois chega ao Suriname. Em seguida, é transportado para vários estados do Nordeste.
“Notadamente o Rio Grande do Norte faz parte dessa rota porque é um estado com um litoral muito grande e com a quantidade de mangues muito grande, onde facilita o desembarque das embarcações”, explicou o delegado da Receita Federal.
Cerca de 70% do preço do cigarro no Brasil é composto por impostos. No Paraguai, essa tributação é de cerca de 17%. Por isso, explicou o delegado, o país vizinho é o escolhido pelos traficantes para que haja o contrabando do produto.
A maior parte desses cigarros contrabandeados, explicou o delegado Wyllo Marques, é vendido na periferia.
“Há uma falta de informação muito grande da população, que às vezes sequer sabe que está consumindo o contrabandeado. Esse cigarro é vendido basicamente na periferia, ele custa muito abaixo do valor do cigarro do mercado, porque a carga tributária no Paraguai é muito pequena em comparação com a nossa”, disse.
A família de João Grandão foi procurada pela Inter TV Cabugi, e afirmou que recebeu a informação de que o ex-policial militar alegou ter sido baleado em um assalto, enquanto ia a uma farmácia.
Em 2022, ele foi alvo de uma Operação do Ministério Públio suspeito de participar de um triplo homicídio na Redinha, mas não foi encontrado e passou a ser considerado foragido. O júri popular dele e dos demais envolvidos é previsto para acontecer ainda neste ano.
Em 2005, João Grandão e outros 14 policiais foram presos acusados de integrar um grupo de extermínio que teria sido responsável pela execução de, pelo menos, 26 pessoas.
Policiais e criminosos trocaram tiros durante uma operação que aconteceu na manhã desta quarta-feira (18) em Monte Alegre, na região Agreste potiguar.
Segundo a Polícia Civil, policiais da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) e agentes da Receita Federal monitoravam uma carga de cigarros ilegais que passava pelo município, transportada por um caminhão.
Quando as equipes interceptaram um caminhão, os ocupantes de um carro que fazia a escolta da carga atiraram contra as viaturas, dando início ao confronto. Segundo a Receita Federal, a operação resultou na apreensão de dois caminhões com mais de 300 caixas de cigarros.
A Polícia Civil também confirmou a prisão de um suspeito em uma área de mata, perto do local da ocorrência, às margens da RN-002, na entrada de Monte Alegre. O homem seria o motorista do caminhão.
Fonte: g1 RN