Braskem deve pagar por dano emocional às famílias desalojadas em Maceió, diz especialista

Foto: Fernanda Luz

Quatro anos após o desastre ambiental em Brumadinho, que deixou 270 pessoas mortas e milhares desalojadas em Minas Gerais, moradores de Maceió voltaram a deixar sua casa devido ao risco de a mina 18 da empresa petroquímica Braskem colapsar e o solo ceder. Desde 2018, já são mais de 50 mil famílias que passaram por essa situação na capital alagoana.

Marcelo Tapai, especialista em direito imobiliário ouvido pelo R7, informou que, assim como o desastre em Brumadinho, a população desalojada pode demorar anos para receber uma indenização.

Segundo ele, a Braskem tem responsabilidades a cumprir com as famílias prejudicadas pelo afundamento do solo e também com os patrimônios do município que foram danificados.

“No Brasil, as coisas são muito lentas. Um exemplo são as barragens que romperam em Minas Gerais, que levaram todas as casas e mataram muitas pessoas. Até hoje Brumadinho não teve uma decisão definitiva. Os responsáveis não têm mais risco de alguma responsabilidade criminal”, afirma.

Ele conta que, apesar de acordos terem sido feitos após a barragem da mineradora Vale se romper, em 2019, ainda há ações em andamento para a indenização de famílias que tiveram sua casa tomada pela lama.

“O custo-benefício entre fazer mineração, extração ou qualquer tipo de atividade versus o risco da multa acaba compensando, porque autoridades agem com parcimônia e aceitam acordos insuficientes. O custo-benefício para a empresa é bom, e por isso elas agem dessa forma”, diz.

R7

Fonte: Blog do BG